Contratei o FIES Antes da Nova Lei. Por Que Minha Dívida Só Cresce Enquanto Outros Têm Juros Zero?

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Se você é estudante ou ex-estudante e contratou o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) antes das mudanças recentes na lei, provavelmente já se perguntou:

Por que minha dívida só aumenta, mesmo eu pagando?
Por que falam que o novo FIES tem juros zero, mas o meu não é assim?
Por que estou excluído do benefício?

Se você está se sentindo injustiçado, não está sozinho.
Milhares de pessoas no Brasil passam pela mesma situação — e, infelizmente, não se fala abertamente sobre isso.

I. O Novo FIES e a Ilusão do Juros Zero

Com a aprovação da nova lei que regula o FIES, foi anunciada a extinção dos juros remuneratórios para estudantes de baixa renda, inscritos no CadÚnico e com contratos assinados a partir de 2018.

Parece uma grande conquista — e de fato é.
Mas há um problema sério:


Estudantes que contrataram o FIES antes disso foram deixados de lado.

Ou seja:
✅ Quem assinou depois da nova lei, paga sem juros.
❌ Quem estudou antes — mesmo em condição de vulnerabilidade social — continua sendo cobrado por juros, correção monetária acumulada e multas contratuais.

II. A Situação de Quem Está Preso ao FIES Antigo

Se você está nessa posição, já deve ter percebido:

➡️ A dívida só cresce.
➡️ Mesmo pagando parcelas mensais, o saldo devedor não diminui.
➡️ O atraso gera multas e encargos que tornam a dívida impagável.
➡️ Você não consegue crédito, fica com nome negativado e a vida travada.

E tudo isso por quê?
Porque você assinou o contrato antes da “data mágica” criada pela nova legislação.

III. E Onde Está o Princípio da Igualdade?

A Constituição Federal é clara:
Artigo 5º, caput — “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.”

Então, a pergunta é legítima:
➡️ Por que dois estudantes, igualmente pobres, com os mesmos cursos e necessidades, são tratados de forma diferente apenas por terem assinado o contrato em anos distintos?

A resposta jurídica ainda está em construção.
Mas o questionamento é válido, legítimo e precisa ser levantado.

O princípio da igualdade deve ser aplicado para tratar igualmente os iguais — e não aprofundar injustiças baseadas em datas.

IV. O Que Pode Ser Feito Diante Dessa Injustiça Silenciosa

Você não é o único.
Há milhares de estudantes e ex-estudantes com contratos antigos do FIES enfrentando esse cenário.

E mesmo que a lei não retroaja automaticamente para beneficiar contratos anteriores, existem possibilidades de reivindicação com base constitucional, como:

✅ Alegação de tratamento desigual entre beneficiários em condições idênticas.
✅ Pedido de revisão judicial do contrato com base em excesso de juros e cláusulas abusivas.
✅ Discussão sobre a aplicabilidade do novo regime aos contratos anteriores com base em princípios constitucionais.

➡️ Tudo isso dentro da legalidade, com responsabilidade e sem promessas irreais.

V. Um Pedido de Justiça — Não Um Perdão Irresponsável

Aqui, não se trata de “pedir para não pagar”.
Se trata de reconhecer que há uma distorção grave no sistema.

Você não quer vantagens indevidas.
Você só quer pagar de forma justa, proporcional, com base na sua realidade.

E, acima de tudo, quer respeito pela trajetória que já enfrentou com sacrifício para estudar e tentar uma vida melhor.

Conclusão: Você Não Está Errado em Questionar

Se você sente que está preso em um contrato injusto com o FIES antigo,
Se você vê que sua dívida só aumenta, mesmo você tentando pagar,
Se você vê outras pessoas na mesma situação sendo beneficiadas apenas por uma “data de assinatura”

➡️ Você tem todo o direito de se indignar.
Você tem todo o direito de buscar justiça.

A Constituição garante o tratamento igualitário.
E a sua história merece ser ouvida com respeito.

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